É hoje: Abertura da exposição THE LOST PARK no MAMAM no Pátio

Jardim Perdido
Cristiana Tejo 

Os parques e jardins projetados pelo paisagista brasileiro Roberto Burle Marx (1909-1994) são lugares para pensar e onde os pensamentos têm seus lugares, tanto do ponto analítico quanto do intuitivo. Acima de tudo, talvez, eles são lugares vivos: assim como pensamentos, as plantas no jardim buscam novas formas, já que o futuro nunca é certo.

Em 1935, Burle Marx criou seus primeiros jardins no Recife, incluindo a Praça Euclides da Cunha. Com o passar dos anos, o jardim foi abandonado e ficou descuidado. Os sem-teto que viviam lá jogavam caroços de manga que acabaram transformando-se em imensas árvores.  Mais tarde, a prefeitura plantou arbustos e em pouco tempo não havia restado nada do conceito original de Burle Marx.

Nenhum desenho original do jardim podia ser encontrado. A restauração do jardim, ocorrida em 2004, não foi baseada nas plantas originais de Burle Marx, mas nas memórias das pessoas de como era o jardim no passado.

Marieke Barnas investigou esta estória durante sua residência artistica no projeto Made in Mirrors no Recife, em 2008, e transformou-a numa animação baseada em fotos de jardins de Burle Marx retiradas de livros e fotos de cactus, além de cactus reais. Foi a partir deste material que Barnas criou fotografias e videoclipes curtos. Desta forma, ela busca mostrar que um lugar não é apenas um espaço físico, mas também uma metáfora da necessidade de preservar a memória e, principalmente, distorcê-la.’Por esta razão, estou interessada sobretudo na ficção que ocorre quando alguém tenta dar forma à história’, Barnas explica.

A segunda parte do filme consiste no material documental conseguido no Recife. Barnas entrevistou várias pessoas sobre o parque. Além disso, interviewed various people about the park. Além disso, um papel é dado a uma mulher que conhecia o parque em seu jeito original. Sua voz coloca em palavras as impressões de Barnas em forma de poema.

Este trabalho foi mostrado pela primeira vez no Schunck*, em Heerlen, Holanda, em cooperação com a Fundação Made in Mirrors.

O Projeto Made in Mirrors é uma iniciativa de cooperação internacional de longo-termo dedicada a encorajar e possibilitar intercâmbios em pequena escala de agentes criativos (incluindo artistas, escritores, músicos, arquitetos, filósofos) e idéias que resulta em espelhamentos de distintas realidades. Participam do projeto os curadores Stijn Huijts (Schunck* Museum, em Heerlen, Holanda), Cristiana Tejo (Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Brazil), Hu Fang (Vitamin Creative Space, Guangzhou, China) e William Wells (Townhouse Gallery, Cairo, Egito).

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