Um capa é uma capa é uma capa é uma capa
31 de agosto a 19 de novembro
O Suplemento Pernambuco completa dez anos e realiza a exposição “Uma capa é uma capa é uma capa é uma capa”, no Mamam – Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, no Recife.
Reunimos 30 capas que marcam nossa preocupação estética com a imagem. O cuidado em aliar design e conteúdo literário é uma constante nas nossas publicações, tanto para atrair novos leitores como para consolidar os que já estão conosco. As capas expostas são assinadas por Fabio Seixo, Hallina Beltrão, Hélia Scheppa, Janio Santos, Jéssica Mangaba, Karina Freitas e Pedro Vasconcelos.
O título da mostra é uma paráfrase do famoso verso de Gertrude Stein: “uma rosa é uma rosa é uma rosa é uma rosa”. Um verso de um poema sobre a necessidade da ênfase. É assim, enfáticos, que abrimos essa mostra de design editorial neste ano em que também se celebra as nove décadas do nascimento de Aloísio Magalhães, precursor do design no país.
SOBRE O PERNAMBUCO
Criado em 2007, o Pernambuco é o suplemento literário do Diário Oficial do Estado, publicado pela Cepe Editora. Existimos nas versões impressa e digital (suplementopernambuco.com.br).
Para marcar nossa primeira década de existência, lançamos uma série de novidades: o selo Suplemento Pernambuco, que já publicou um livro de Silviano Santiago (o ensaio “Genealogia da ferocidade”) e lançará em breve outro de Jose Luiz Passos (o romance “Antologia fantástica da República brasileira”); expandimos nossa versão impressa (de 24 para 32 páginas), que agora conta com assinatura independente anual (R$ 60) e bianual (R$100). Outras iniciativas estão em curso.
SERVIÇO
ABERTURA: 30 de agosto
VISITAÇÃO: de 31 de agosto a 19 de novembro
De terça a sexta: das 12h às 18h
Sábados e domingos: das 13h às 17h
ENTRADA GRATUITA
O Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura e o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – Mamam apresentam a exposição
CARIMBOS | José Claudio
curadoria de Clarissa Diniz
de 31 de agosto a 29 de outubro de 2017
Reunião inédita de um conjunto de quase 100 trabalhos realizados por José Cláudio entre 1968 e 1972, a partir de técnica de carimbos apropriada por esse artista pernambucano. Os carimbos representam o momento mais experimental de sua trajetória, havendo integrado o movimento do poema/processo do final da década de 1960 e se constituído numa referência para a poesia visual brasileira.
José Cláudio é certamente um dos artistas mais importantes da história da arte de Pernambuco. É também um dos maiores pintores do Brasil, com uma produção vigorosa que mantém sua impressionante contemporaneidade até os dias de hoje. Sua trajetória no campo da pintura é significativamente conhecida no estado mas, ainda assim, mantém às escondidas um momento-chave de sua obra, relativo a um dos períodos mais experimentais de sua vida e da arte brasileira: o conjunto de Carimbos realizados ao final da década de 1960 e no princípio dos anos 1970, articulando gestualidade, musicalidade e artes gráficas.
Por muitos anos, José Cláudio trabalhou como desenhista na SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, criada em 1959 a partir das pesquisas e políticas propostas por Celso Furtado), onde ilustrava os mais diversos tipos de materiais, publicações e plantas. Certa vez, precisando fazer grandes mapas rurais de Pernambuco, desenvolveu carimbos feitos em borrachas de apagar para facilitar a ocupação de manchas de plantações de cana ou coqueirais, por exemplo. A técnica – que fora retomada de sua infância – passou a interessá-lo como artista e, no final dos anos 1960, realiza diversas experiências com carimbos, articulados com grafismos e outras técnicas de frotagem. A série é peça importante na história da arte em Pernambuco, na esteira das ricas investigações que se dão especialmente entre os anos 1940 e 1970 na interface entre artistas, poetas e a indústria gráfica.
Para além de Pernambuco, contudo, os Carimbos de José Cláudio fizeram parte do intenso movimento do poema/processo, liderado por Wlademir Dias Pino e Álvaro de Sá, entre Rio de Janeiro, Natal, Recife, Cuiabá, Belo Horizonte e Salvador. Dentro desse contexto, circularam em publicações e livros de artista do período, tornando-se uma referência fundamental para os artistas da arte correio e do poema visual dos anos 1970, o que adverte-nos do caráter precursor da série.
Aspectos cruciais às investigações de José Cláudio serão apresentadas, como a relação com as artes gráficas, a poesia visual e o desenho; tensionamento do signo linguístico; a exploração da musicalidade que emerge da criação de imagens; a relação entre diferença e repetição. Perpassam esses núcleos o contexto histórico da arte do período, como o movimento do poema/processo e questões de caráter social ou político que sempre estiveram presentes na obra de José Cláudio, como a sexualidade e a festa. Dessa forma, entrecruzando um momento experimental de 50 anos atrás com outro, atual, a mostra revelará menos o já conhecido “José Cláudio” e mais aquele que, praticamente guardado sob sigilo, surpreende por sua radicalidade.
Além de trabalhos da coleção particular do artista, a exposição reúne obras de colecionadores privados, alguns dos quais foram cúmplices da produção dos Carimbos ainda durante a década de 1970 – como Paulo Bruscky e José Luiz Passos, cujo pai José Luiz foi amigo do artista – e outros que recentemente tiveram acesso e estão contribuindo para a valorização desse ainda desconhecido período da obra de José Cláudio, como Daniel Maranhão e Thomaz Lobo.
O projeto contará também com uma publicação, a ser editada em parceria com a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), que conterá generosa documentação fotográfica da série e textos da curadora Clarissa Diniz, do artista José Cláudio e da pesquisadora Fernanda Porto. A publicação será lançada na última semana da exposição, junto com debate aberto ao público.
Configurada como um espaço de experimentação da técnica do carimbo, com mesas e materiais para a investigação do público, a exposição contará com atividades educativas realizadas diariamente pelo EducAtivo Mamam, bem como com atividades especiais, para público previamente inscrito.
Uma oficina para mediadores do MAMAM e de outras instituições serão oferecidas de forma gratuita, vivências de mediação inclusiva e acessível em museus. Com o intuito de sensibilizar os mediadores para atendimento inclusivo. Reproduções táteis das obras estão sendo elaboradas para que pessoas com baixa visibilidade possam ter melhor acesso às obras e transporte para agendamento de grupos com visitas guiadas com atendimento em libras e audio-descrição possam agendadas com o educativo.
SERVIÇO
Exposição CARIMBOS | José Cláudio
com curadoria de Clarissa Diniz
Patrocínio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura e apoio cultural da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe)
Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães – Mamam
R. da Aurora, 265 – Boa Vista, Recife – PE, 50060-010
Telefone: (81) 3355-6871
De 31 de agosto a 29 de outubro de 2017